Portfólio Doenças Parasitárias e infectocontagiosas: diagnóstico laboratorial e tratamento
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Portfólio Doenças Parasitárias e infectocontagiosas: diagnóstico laboratorial e tratamento
Curso: Biomedicina Semestre: 4º REG / 3º FLEX
Prezados(as) alunos(as),
Seja bem-vindo a este semestre!
A proposta de Produção Textual Interdisciplinar em Grupo (PTG) terá como temática Doenças
Parasitárias e infectocontagiosas: diagnóstico laboratorial e tratamento. Escolhemos esta temática
para possibilitar a aprendizagem interdisciplinar dos conteúdos desenvolvidos nas disciplinas desse
semestre conforme o eixo integrador.
Na atividade de produção textual, os alunos responderão questionamentos relacionados a
cada disciplina estudada no semestre, a fim de elucidar e resolver a situação-problema (Situação
Geradora de Aprendizagem – SGA) proposta.
SITUAÇÃO GERADOTA DE APRENIZAGEM (SGA)
Paciente do sexo masculino, 45 anos de idade, natural de Água Preta – PE, compareceu ao
serviço de Infectologia, no setor da DIP (Doenças Infecto-Parasitárias) do Hospital Universitário, com
queixa de “ferida no nariz e no pênis que não cicatrizava”. Na avaliação da história atual da doença,
verificou-se que o paciente era HIV soropositivo e apresentava uma lesão ulcerada em asa direita
nasal com comprometimento da mucosa do assoalho nasal, causando obstrução nasal e lesão
avançada em glande peniana com a presença de infecção secundária caracterizada por uma miíase,
a qual havia se instalado antes da lesão nasal. O paciente relatou um tempo de evolução de 8 meses
da lesão nasal, e, há mais tempo, a lesão do pênis. Apresentava sintomatologia dolorosa na região
nasal e peniana, associada também a algúria.
Paciente relata ainda que foi atendido no posto de saúde de sua cidade, onde foram
administradas Penicilina e Tetraciclina, sem resolução. Uso também de Glucantime, nome comercial
do antimonial pentavalente, sem que tenha completado a terapia.
Ao exame físico, o paciente apresentava-se com Estado Geral Regular (EGR), consciente,
orientado, eupnéico, afebril, hidratado, acianótico e deambulando. Na revisão dos sistemas, não
foram encontradas alterações cardio-pulmonares. No exame abdominal não foram observadas
vísceras palpáveis, sem evidência de visceromegalias, ou dores às palpações, afastando a hipótese
de associação com a forma visceral da leishmaniose, em que o aspecto da lesão fornecia a hipótese
diagnóstica.
Durante o exame loco-regional da face, observou-se lesão ulcerada, com bordas elevadas e
eritematosas, na região de asa do nariz com assoalho nasal do lado direito, com presença de
conteúdo granulomatoso e purulento e a presença de crostas, além do comprometimento da
cartilagem alar, sem alterações no septo. Havia aumento e eritema dos tecidos moles circunvizinhos,
como dorso nasal, asa do nariz, região naso-geniana e lábio superior do lado direito, com
características de celulite.
Na inspeção intrabucal, não se evidenciaram alterações. No exame peniano, segundo
avaliação conjunta com infectologista e urologista, havia lesão avançada em região de glande, com
ulcerações, aumento de volume com aspecto desfigurante, supuração e presença de larvas.
Em exame tomográfico computadorizado, em cortes axiais e coronais com janela para tecido
mole, não foi observado aspecto infiltrativo, mantendo a preservação do tecido ósseo subjacente,
assim como fossas nasais e seio maxilar. Diante dos achados clínicos, sugeriu-se Leishmaniose mucocutânea, com sítio de inoculação em pênis e manifestação muco-cutânea em região nasal. Foi iniciada
administração medicamentosa de Anfotericina B na dosagem de 1mg/Kg/dia, com dose diária de 50
mg por via endovenosa.
Simultaneamente foi realizada uma biópsia incisional da lesão nasal para avaliação
histopatológica. Com 7 dias de pós-operatório e medicação, pode-se observar diminuição do volume
facial, diminuição do eritema e melhora no aspecto da ulceração.
O laudo histopatológico não foi conclusivo, apenas sugestivo da leishmaniose, sem
observação dos parasitas diretamente. Não foram realizados mais exames complementares em razão
da satisfatória resposta terapêutica à medicação administrada.
No 30° dia, o paciente já apresentava cicatrização completa da lesão nasal, e
simultaneamente da lesão peniana, confirmada a hipótese de serem lesões causadas pela
leishmaniose, devido ao aspecto mutilante e cicatrização desfigurante que a doença provoca.
1. Discuta os mecanismos que determinam o aparecimento de lesões secundárias distantes do
local de inoculação de Leishmania no hospedeiro.
2. O paciente apresentou diversas lesões características da Leishmaniose Tegumentar Americana
(LTA), descreva essas lesões.
3. Discuta a relevância, para o caso apresentado, da informação sobre o paciente ser HIV positivo.
Em caso de co-infecção por HIV e Leishmaniose Tegumentar Americana (LTA), como a doença
se manifestaria?
4. Discuta o mecanismo de ação dos medicamentos utilizados.
5. Como é realizado o diagnóstico da Leishmaniose Tegumentar Americana (LTA)? Aponte os
principais exames utilizados para fim de diagnóstico: imunológicos, parasitológicos e
moleculares e histopatológicos.
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